O Judo é um dos desportos que permite a prática e a competição por deficientes das várias áreas em condições praticamente idênticas às dos demais atletas, muito em particular por deficientes visuais, que contam com as suas provas de competição a nível mundial e paralímpico.
Para além dos deficientes visuais, também os deficientes auditivos consagram esta modalidade, a nível das suas próprias manifestações desportivas.
Mas, é a nível da deficiência visual que o Judo atinge maior notoriedade, até porque um bom judoca “se deve guiar muito mais por aquilo que sente do que por aquilo que vê”, pelo que os cegos têm, amiúde, vantagem sobre os demais praticantes, pressentindo, não raras vezes, a ação do parceiro, muito antes do que qualquer outro atleta a possa ver.
Os princípios éticos do Judo - amizade, autocontrole, cortesia, coragem, honra, modéstia e sinceridade - aliados ao respeito mútuo, à capacidade física e psíquica e à confiança que incute nos seus praticantes, tornam-no numa modalidade ímpar para qualquer cidadão em geral, e para os cidadãos portadores de deficiência visual, em particular.
O Judo para pessoas cegas e com baixa visão, é modalidade paralímpica desde 1988 (Seul), tendo completado em Pequim a sua sexta edição.
A modalidade é praticada por inúmeros atletas, um pouco por todo o Mundo e os Jogos integram sistematicamente delegações originárias dos cinco Continentes.
Portugal nunca esteve representado por atletas nos Jogos (ou em quaisquer outros Campeonatos), embora o trabalho que está a ser desenvolvido traga essa realidade também para o nosso País, num espaço de tempo que se espera relativamente curto.
O técnico Fernando Seabra, cinto negro 4.º Dan de Judo, tem a seu cargo quer as aulas para pessoas cegas e com baixa visão, quer para pessoas surdas/cegas e para deficientes motores, para além de coadjuvar o Mestre Bastos Nunes nas aulas técnicas de preparação para exames de graduação.
O Judo Clube de Sintra assumiu, no início, como uma das suas prioridades o desenvolvimento de um "projeto-piloto" em Portugal, liderado pelo Eng.º Manuel Costa e Oliveira, ex-deputado da Assembleia da República e Embaixador do Desporto Paralímpico Português nos Jogos Paralímpicos em Atenas, pugnando pela promoção, de uma forma organizada e sustentada, de Judo para Cidadãos Portadores de Deficiência visual e de outros tipos de deficiência.
O Judo já pode ser praticado por todos os cidadãos portugueses, independentemente da idade ou sexo, ou de qualquer outra especificidade que caracterize qualquer um interessado.
De facto, agora a partir da formalização do Clube Judo Total - CJT, mesmo qualquer pessoa portadora de Deficiência pode aderir ao Judo, praticando-o sem qualquer limitação.
No que concerne à atividade paralímpica, só os cidadãos cegos e amblíopes com menos de 96% de visão podem participar em competições internacionais de Judo pelo que, por conseguinte, foi pelos cidadãos portadores de deficiência visual que começámos esta abordagem.
Para mais informações, visite o site do Clube Judo Total e conheça o projeto.